A recensão crítica é um dos vários tipos de trabalhos académicos, normalmente pedida pelos docentes aos universitários. O seu objetivo visa apresentar o conteúdo de um livro. Para tal, dever-se-á em primeiro lugar proceder à leitura do material em questão e, seguidamente, fazer uma análise crítica do mesmo.
O intuito da recensão crítica passa por dar a conhecer as contribuições do autor do livro em análise, havendo o cuidado de manter intatas as ideias/pensamentos nele expressas.
A recensão crítica nada mais é do que uma compilação das ideias de determinado autor, apresentando-se lacunas ou falhas de informação caso existam, e a sua contribuição para o desenvolvimento de determinado tema/assunto.
Tendo por base os pressupostos acima referidos, deve proceder-se em primeiro lugar à descrição resumida do livro em análise; apresentar o seu autor; expor as suas ideias; apresentar as suas conclusões e a metodologia que usou, mencionando as referências que utilizou na base dos seus fundamentos. Por fim, procede-se a uma avaliação da informação expressa no livro, dando a conhecer a que público o mesmo se destina.
Uma vez que se trata de uma leitura analítica do livro deve conter os seguintes dados:
1. Dados do livro, tais como o nome do autor, o título do livro, o local da publicação, o nome da editora, o ano da publicação, e também o género do livro;
2. Nome de quem fez a Recensão Crítica;
3. Qual a argumentação exposta no livro e qual a perspectiva em que é abordado o tema;
4. Que aplicações práticas a leitura do livro levanta;
5. Que questões teórico-práticas levanta;
6. Para que público a sua leitura é indicada;
7. A que conclusão o autor do livro chegou;
8. Apresentação das críticas de quem fez a Recensão Crítica.
Recensão Crítica na Prática
Em suma, numa Recensão Crítica, é esperado do aluno que apresente o seu trabalho, e ajude os seus leitores a entender a leitura do autor em análise como este desejaria ser entendido, mas espera-se também que produza algum pensamento crítico sobre o livro do autor, em análise.
Normalmente, entende-se que quem “critica”, deve assumir uma posição de opositor, mas uma crítica eficaz, geralmente, não implica julgamento. Ou seja, criticar não significa atacar, mas sim colocar as coisas noutra perspetiva e, na maior parte das vezes, mais de uma perspetiva, para quem vai ler a recensão crítica. Seguidamente, apresentamos algumas dicas:
- Tenha em atenção a forma a leitura (o como), faz parte do conteúdo (o quê) – para uma boa crítica deve ter em atenção como a leitura se apresenta e o que é que ela diz;
- Explique a(s) ideia(s) do livro: o que se opõe a quê e porquê, de acordo com o escritor (explícita ou implicitamente) e por que entende que o escritor segue essa argumentação;
- Determine o que a leitura parece querer afirmar (o que nem sempre é a mesma coisa que se apresenta explicitamente nos argumentos);
- Torne o implícito, explícito – o que o texto pode estar a dizer vai além do que argumenta abertamente?

“I have always preferred to reflect upon a problem before
reading on it.” Jean Piaget